Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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12º Domingo do Tempo Comum Ano C

A SONDAGEM DA FÉ – PARA TI, QUEM SOU EU? 

Neste domingo, a liturgia da palavra oferece-nos duas questões, às quais cada um de nós terá de dar a sua resposta. Não é nenhuma sondagem ou avaliação, feita por uma empresa perita nesta matéria, mas Jesus procura saber em que etapa do caminho cada um de nós se encontra. O evangelho deste domingo começa com a indicação de que Jesus se encontrava a orar, sendo Ele, por excelência, o grande orante. O evangelista Lucas dá muita importância, no seu evangelho, aos momentos de oração de Jesus, momentos que costumam preceder as viragens decisivas da sua vida, escolhendo um local isolado, entra em oração e diálogo com o Pai. Na verdade, como a oração é um momento de encontro com Deus, a mensagem que Jesus transmite aos discípulos, depois desses momentos, é uma mensagem importante pois nasce da sua íntima relação com o Pai. Neste texto, a profissão de fé de Pedro, a mensagem importante que vai ser transmitida é a verdadeira identidade de Jesus. Jesus chama os seus discípulos e pergunta o que as pessoas pensam d’Ele e como O veem eles mesmos. Face às perguntas subtilmente provocatórias de Jesus, Pedro responde em nome dos doze. “Quem dizem as multidões que Eu sou?” Numa espécie de sondagem, Jesus interroga os discípulos sobre o que a multidão dizia d’Ele. Os discípulos, um pouco atrapalhados ou surpreendidos com esta questão, respondem que “uns dizem que és João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou”. Com esta resposta, os contemporâneos de Jesus vêem-no como um homem em continuação com o passado, um simples homem bom e justo, um profeta. Ou seja, os contemporâneos de Jesus ainda não descobriram a verdadeira originalidade e novidade de Jesus, ainda não descobriram em Jesus o Salvador prometido. Situação semelhante também acontece hoje. Para muitos Jesus é só um homem bom e justo e nada mais do que isso. Muitas das opiniões que ouvimos sobre Jesus reduzem-no a muito pouco, não captam a verdadeira identidade de Jesus. No entanto, Jesus deseja saber quem é Ele para cada um dos discípulos. “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Para Jesus não basta dizer o que os outros pensam de d’Ele, pois é fácil dizer a opinião dos outros e não nos comprometemos com a resposta dada, porque, afinal de contas, a opinião é dos outros e não minha. Jesus interroga aqueles que lhe são mais íntimos, aqueles que o seguem e que partilham a vida com Ele sobre o lugar que ocupa nas suas vidas. Não quer nenhuma resposta abstrata, retirada do melhor dicionário ou do melhor livro. Cada qual deve dar a sua resposta, sem fórmulas aprendidas de memória, sem pensamentos pensados por outros. Quer uma resposta pessoal, que brote do coração e da vida de cada um. Quem é, para mim, Jesus Cristo? Um irmão? Um amigo? Um Mestre? Um profeta? Um Deus? Quem sou Eu para ti? Depois de Pedro ter professado que Jesus era o Messias de Deus, Ele ordena aos discípulos para não revelarem a sua identidade a ninguém. Na verdade, Jesus é o Messias, mas não o messias político e vitorioso que a multidão esperava. Jesus é o Messias, o enviado de Deus que oferece a salvação ao seu povo, pela doação da sua vida na cruz, onde O irão trespassar (primeira leitura). Todos e cada um dos discípulos de Jesus de Nazaré devem confrontar a sua imagem de Jesus com o Senhor Crucificado, e por isso, e a exemplo de Jesus, devem seguir o caminho da entrega da sua vida por amor: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me”.

Sugestão de Cânticos
Entrada: Deus vive na sua morada santa, NCT 217; Cantarei ao Senhor um cântico novo (F. Silva) – NCT 212; Nós somos o povo do Senhor (J. Pedro) – NCT 222; Bendito seja Deus, F. Santos, NCT 362; Salmo Resp.: NCT 232; Aclam. ao Ev.: As minhas ovelhas, adapt. NCT 241; Apresentação dos Dons: Em Vós Senhor eu pus a minha esperança (M. Silva) – CT 309; Vós que fostes batizados (F. Santos) – NCT 371; Comunhão: O Senhor é meu pastor, F. Santos, NCT 268; Nós pregamos Cristo crucificado; M. Luís, NCT 356; Se participardes nos sofrimentos, F. Santos, NCT 353; Se alguém quiser seguir-Me (C. Silva) – CEC II 109; Senhor, eu creio que sois Cristo (F. Silva) – CEC II 42; Final: Louvado seja o meu Senhor (J. Santos) – NCT 283; Uma certeza nos guia (M. Carneiro) – IC 581.
Leitura Espiritual

Sede o que vedes, e recebei o que sois 

O que vedes no altar de Deus é o pão e o cálice: é isso que os olhos identificam. Mas a vossa fé é instruída e sabe que este pão é o corpo de Cristo e este cálice é o seu sangue. Mas como pode este pão ser o seu corpo, e este cálice, ou melhor, o seu conteúdo, ser o seu sangue? Irmãos, é a isto que se chama os sacramentos: eles mostram uma realidade e, a partir dela, fazem-nos compreender outra realidade. O que vemos é uma aparência corporal, mas o que compreendemos é um fruto espiritual. Se quereis compreender o que é o corpo de Cristo, escutai o apóstolo, que diz aos fiéis: «Vós sois o corpo de Cristo e cada um de vós é um membro desse corpo» (1Cor 12,27). Se sois corpo de Cristo e um dos seus membros, é o vosso mistério que está sobre a mesa do Senhor, e é o vosso mistério que recebeis. A isto que sois, respondeis: «Ámen», e com tal resposta o subscreveis. O sacerdote diz-vos: «Corpo de Cristo», e vós respondeis: «Ámen». Sede, pois, membros do corpo de Cristo, para que este ámen seja verídico. Porque está o corpo no pão? Também aqui, nada digamos por nós próprios, mas escutemos o apóstolo, que nos diz acerca deste sacramento: «Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» (1Cor 10,17). Se compreenderdes estas palavras, tereis alegria: unidade, verdade, piedade, caridade! «Um único pão»: quem é este pão único? «Embora muitos, somos um só corpo»: recordai que o pão não se faz apenas com um grão, mas com muitos. Sede o que vedes, e recebei o que sois. (Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja, Sermão 272)

Autor dos textos Padre Jorge Seixas www.carloscunha.net
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