Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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Celebração do Domingo
DOMINGO 27º DO TEMPO COMUM - ANO A
As nossas relações da vida supõem sempre as nossas fidelidades, quer seja na amizade, no contacto diário, nos negócios, nos compromissos e encargos profissionais ou noutras circunstâncias. As leituras deste domingo têm como fio condutor a fidelidade. Com uma linguagem amorosa (Is 55,1-7 e Sal 79), expressam a relação “esponsal” ou “nupcial”, entre o povo de Israel e Deus: “vou cantar, em nome do meu amigo um cântico de amor à sua vinha”. É o cântico do amor de Deus para com o povo de Israel, mas que não é correspondido: “esperava que viesse a dar uvas, mas ela só produziu agraços”, “esperava retidão e só há sangue derramado; esperava justiça e só há gritos de horror”. Estas palavras recordam-nos algumas relações tendenciosas entre muitos homens e mulheres, de hoje e de sempre. Pela fé, sabemos que “Deus é fiel” (1Pe 4,19), apesar de nós não sermos fiéis. O evangelho, referindo-se à alegoria da vinha de Isaías, apresenta-nos a parábola dos vinhateiros rebeldes e assassinos (Mt 21,33-43). Em primeiro lugar, descreve a revolta violenta e cruel dos trabalhadores, até assassinarem o herdeiro, porque queriam apoderar-se de tudo, da colheita e da herança. Em segundo lugar, vem a interpelação: “quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros”? Parece que o mais lógico será mandar “matar aqueles malvados. Mas tal não aconteceu. A intenção do proprietário não é destruir a vinh a, o seu povo, o mundo que ele ama, acredita e espera que frutifique. Condena os vinhateiros responsáveis da injustiça, e arrenda a vinha a outros vinhateiros, “que lhe entreguem os frutos a seu tempo”. Estes amados de Deus somos nós; e o que nos é pedido é que sejamos fiéis! O que é mais importante é descobrirmos que somos amados de Deus, e, entrando nesta corrente de amor, seremos fiéis e daremos fruto: “pelos frutos os conhecereis” (Mt 7,16). Deus confiou-nos o mundo nas nossas mãos. Será que estamos a dar frutos de bondade e de justiça? A quem somos fiéis? Quais são as nossas fidelidades e as nossas infidelidades? O que fazemos para construir um mundo melhor? Deixaremos este mundo um pouco melhor do que o encontrámos? (Baden-Powell). O que faço e como me comprometo na construção do Reino de Deus? Hoje, a vinha é o nosso planeta. Mas, como a vinha do relato evangélico, tendo em conta como este mundo está organizado, todos podemos ter cumplicidades com a injustiça, a pobreza, a miséria oculta, que descartam as pessoas. É o “crime” cometido pelos açambarcadores, pelos contrabandistas, pelos violentos, protagonistas de tantas situações desumanizadoras. São Paulo dá-nos um remédio para muitos destes males que nos rodeiam: “tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor é o que deveis ter no pensamento” (Fil 4,8). Então, a vinha será o que nós quisermos construir, trabalhando, amando, comprometendo-nos, servindo a Deus e aos outros. A imagem da vinha interpela-nos nesta sociedade em crise humanitária e socio económica. Estamos a colaborar no cuidado da vinha do Senhor, na casa comum? O nosso dever é zelar e cuidar, como bons defensores de um tesouro, e não tender a pretensões de domínio daquilo que é de Deus.
SUGESTÃO DE CÂNTICOS
Entrada: Irmãos, adoremos o Senhor, M. Faria, NCT 220; Aclamai o Senhor, F. Silva, NCT 206; Ide ao encontro do Senhor (M. Simões) – CT 20; Aclamai o Senhor; Terra inteira (F. Silva) – NCT 206; Apresentação dos Dons: Não fostes vós que Me escolhestes (Az. Oliveira) – CEC II 217; A Pedra rejeitada (F. Santos) – CP II 323; Comunhão: A minha alma, F. Silva, NCT 255; Formamos um só corpo, C. Silva, NCT 265; Nós somos as pedras vivas, F. Santos, NCT 346; Eu sou a verdadeira Vide (C. Silva) – CEC I 163; Deus enviou ao mundo (M. Luís) – CEC I 55; Fim: Dai graças ao Senhor (F. Santos) – NCT 610; Cantemos glória (J. Martins) – CT 408.
LEITURA ESPIRITUAL

«Tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos» 

«Cristo confiou-nos o ministério da reconciliação» (2Cor 5,18). São Paulo faz ressaltar assim a grandeza dos apóstolos, mostrando-nos que ministério nos foi confiado e, simultaneamente, manifestando o tipo de amor com que Deus nos amou. Depois de os homens se terem recusado a escutar Aquele que Ele lhes tinha enviado, Deus não fez estalar a sua cólera, nem os rejeitou, antes persistiu em os chamar, por Si mesmo e através dos apóstolos. Quem poderá deixar de admirar semelhante solicitude? Silenciaram o Filho, que veio para os reconciliar, o Filho único da mesma natureza do Pai. Mas o Pai não Se afastou dos assassinos, nem disse: «Enviei-lhes o meu Filho e, além de não O escutarem, entregaram-no à morte e crucificaram-no; de agora em diante é justo que Eu os abandone». Fez o contrário: quando Cristo deixou este mundo, nós, os seus ministros, ficamos encarregados de O substituir. «Pois Deus reconciliou o mundo consigo, em Cristo, e confiou-nos o ministério da reconciliação» (2Cor 5,19). Este amor ultrapassa toda a palavra e toda a inteligência! Quem foi insultado? Ele mesmo, Deus. Quem deu o primeiro passo para a reconciliação? Foi Ele. Com efeito, se Deus tivesse querido pedir-nos contas, estaríamos perdidos, visto que «todos estávamos mortos» (2Cor 5,14). Apesar do grande número dos nossos pecados, Ele não nos atingiu com a sua vingança, mas, mais uma vez, reconciliou-Se connosco; não satisfeito em ter revogado a nossa dívida, considerou-a como nada. Assim devemos perdoar aos nossos inimigos, se quisermos obter para nós este perdão magnânimo: «Ele confiou-nos o ministério da reconciliação». (São João Crisóstomo, c. 345-407, presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja, Homilia 11 sobre a 2.ª Carta aos Coríntios, 2-3)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos © 2002-2023
Padre Carlos Cunha, autor do website liturgia@diocesedeviseu.pt
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