Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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Celebração do Domingo

5º Domingo da Páscoa Ano B

O tempo passa; já nos encontramos no 5º Domingo da Páscoa! As leituras deste domingo e dos próximos domingos já não nos convidam, explicitamente, a contemplar Jesus ressuscitado, mas a descobrirmos tudo aquilo que deriva de acreditar em Jesus ressuscitado. A segunda leitura e o evangelho colocam-nos diante do mandamento mais importante de Jesus: “amar-nos uns aos outros”. Viver amando será o fruto de uma vida no espírito do ressuscitado. Não se trata somente de contemplarmos o ressuscitado, mas de vivermos como ressuscitados em Cristo. Certamente, nos apercebemos de que as coisas mais bonitas, por vezes, não são as mais fáceis. Viver o mandamento do amor tem, também, as suas dificuldades; recordemos aquela comparação de Jesus das duas casas: a que está construída sobre a areia ou sobre a rocha. Quem constrói a sua vida segundo a palavra de Jesus, edifica-a sobre a rocha. Para suportar inundações e tempestades de vento será necessário viver um amor ao estilo do amor de Deus. Continuando a revelar a sua identidade, Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos. As nossas raízes plantadas em Jesus darão melhor fruto. Quando nos deixamos modelar pelo Evangelho mais unidos estamos ao amor a Deus e aos outros. O lavrador, o dono da vinha (Deus) ama a sua vinha, trata-a, poda-a e limpa-a, para que dê mais fruto. O amor também tem de ser purificado, renovado. Podemos passar longos invernos em que a vinha parece morta e nada produz. Por vezes, a vida traz-nos longos períodos que parecem estéreis. Na vida pessoal e da sociedade, por vezes, surgem momentos de silêncio, de poda: uma longa doença, uma desilusão, uma crise familiar, uma crise, podem fazer-nos passar invernos pessoais. Estamos a viver uma bela época do ano para contemplar a natureza. Neste tempo primaveril, vemos as videiras cheias de caules verdes e vigorosos, vemos vinhas podadas, atadas e limpas, mas o mais importante ainda está para vir. Sem fruto, as vinhas não são nada. Tal como nós, sem frutos vivemos somente para as aparências, obcecados pela imagem. O lavrador sabe que sem fruto, as vinhas, por mais bonitas que sejam, têm os dias contados. Também nós temos de dar fruto, de dar o melhor de nós. Somos convidados a promover concórdia e paz: “a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no temor do Senhor”, como nos diz a primeira leitura dos Atos dos Apóstolos. Nestes tempos em que vivemos, é muito importante dar fruto de justiça, de respeito, de dignidade, de vida e de paz. É por aqui que se ama o próximo. Amar é uma palavra bonita, mas nem sempre é fácil amar. A amizade social, de que fala o Papa Francisco na encíclica “Fratelli tutti”, é levar amor aos outros, gerando um bom ambiente social: “reconhecer todo o ser humano como um irmão ou uma irmã e procurar uma amizade social que integre a todos não são meras utopias. Exigem a decisão e a capacidade de encontrar os percursos eficazes, que assegurem a sua real possibilidade” (n. 180). O que se pretende concretamente? Obter trabalho e salário digno para todos, eliminar discriminações e escravidões laborais e sociais. O mandamento do amor concretiza-se na vida e tem de influenciar as leis e as relações humanas. Vivemos o mandamento do amor na proximidade aos irmãos, sobretudo com os pobres, com os que sofrem, com os feridos pela vida, com os últimos, com os humilhados e angustiados. Levemos a seiva de Cristo aos ramos mais fracos. Deus Pai é o dono da vinha, Jesus é a cepa e nós somos os ramos. Sem Deus Pai, Jesus nada faz. Sem Jesus, nada fazemos e nada somos.

Sugestão de Cânticos

Entrada: Cantai ao Senhor, F. Silva, NCT 211; Na sua dor os homens encontraram, M. Luís, NCT 173; Cantai ao Senhor um cântico novo (F. Silva) – CEC I 159; O Senhor nos revelou (M. Luís) – CAC 113; Ofertório: Regina Coeli, C. Gregoriano, NCT 205; Não fostes vós que me escolhestes (A. Oliveira) – CEC II 217; É este o meu mandamento (M. Luís) – NCT 130; Comunhão: Jesus Cristo Crucificado, M. Luís, NCT 195; Reconhecei neste pão, M. Luís, NCT 197; Sempre que comemos o pão, F. Santos, NCT 198; Eu sou a verdadeira vide (C. Silva) – CEC I 163; Se permanecerdes em Mim (C. Silva) – OC 271; Final: Glória a Vós, ó Cristo (M. Luís) – CAC 272; Rainha dos Céus, alegrai-vos (F. Silva) – IC 311.

Leitura Espiritual

«A glória de meu Pai é que deis muito fruto» 

Suplico à tua imensa misericórdia, Pai oMnipotente, misericordioso, clemente, bom e compassivo, que vences a malícia com a tua bondade (cf Jl 2,13), eu, raminho ressequido (cf Ct 2,12,LXX), que não aproveitei, ai de mim!, ai de mim!, o tempo da poda, quando me plantaste nesta santa religião, mas passei o tempo da minha vida em total esterilidade; suplico-Te, em nome dessa bondade que é inata em Ti, em nome de tua querida Mãe, a Virgem Maria, nossa gloriosa Padroeira, que Te dignes pousar hoje sobre mim o teu olhar de misericórdia e de caridade, a fim de que, indo buscar toda a minha força a Ti, eu reverdeça e, santificada na verdade, refloresça. Dá-me ter o verdadeiro culto da santa religião, ser verdadeiramente fiel aos deveres da vida espiritual; e, com o teu amor, dar frutos de virtude e santidade, a fim de que, no momento da colheita, isto é, no dia da minha morte, possa comparecer na tua presença em plena maturidade e na consumação da perfeição religiosa, ámen. (Santa Gertrudes de Helfta, 1256-1301, monja beneditina, Exercícios IV, SC 127)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos liturgia@diocesedeviseu.pt
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