Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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14º Domingo do Tempo Comum Ano C

O CRISTÃO É O CAUDAL DA ESPERANÇA, DA CONFIANÇA E DA ALEGRIA 

Na Sagrada Escritura, são muitas as imagens utilizadas para exprimir as profundas experiências de encontro com Deus, onde constatamos que Deus ultrapassa tudo quanto possamos esperar. Quanto mais nos aproximamos de Deus e entramos no seu mistério, penetrando na sua beleza e no seu amor, mais nos surpreendemos com a sua grandeza. Neste domingo, a leitura de Isaías é um cântico sobre a abundância dos dons do Senhor. É utilizada a imagem de um rio, de uma torrente que vai crescendo. É uma imagem que nos recorda o dom de Deus, que é contínuo e não intermitente. O Senhor cumula-nos com os seus dons em todos os momentos da nossa vida, ou seja, em qualquer circunstância somos objeto do seu amor. Portanto, o rio pode ser para nós um sinal de fidelidade a Deus que nos leva a confiar cada vez mais no Senhor. Quando temos a sensação que o Senhor não nos abençoa com os seus dons, que já não nos ouve, que parece estar indiferente aos nossos pedidos, não quer dizer que tenha desviado de nós o caudal do rio, mas que está a fazer crescer o desejo e a esperança em cada um de nós. Assim, preparamos o nosso coração para acolher este rio, que não conseguimos compreender. Quando nos encontramos com o Senhor, fazemos uma experiência de alegria. Recordemos a narração da ressurreição: a alegria dos discípulos ao verem Cristo ressuscitado. É a mesma alegria que sentimos quando nos encontramos com um amigo, ou quando um casal se encontra. Assim é o encontro entre Deus e cada um de nós. O amor move-se num ambiente de alegria e de festa. Portanto, todos os que amamos o Senhor e que sentimos que somos amados por Ele, temos de ser alegres. Não podemos viver acabrunhados, destroçados, não podemos arrastar-nos pela vida. Apesar de tudo, temos de nos alegrar, porque o Senhor nos ama e nos recorda qual é o ponto de chegada da história: a vitória de Deus sobre o mal e sobre a morte. É ao domingo que celebramos a maior vitória do povo dos redimidos: a Páscoa. É evidente que teremos dias em que estaremos alegres e dias de tristeza: é a condição humana. Mas o cenário da nossa vida, pelo facto de sermos cristãos, não pode ser outro senão a alegria. É esta a alegria dos setenta e dois discípulos, enviados por Jesus. O que estariam a pensar? Que alegria estar com Jesus e ser enviado a anunciar o Reino de Deus! Neste domingo, pedimos a Deus que nos dê “uma santa alegria…para que possamos chegar à felicidade eterna”. Teremos alegria se nos abrirmos ao dom de Cristo ressuscitado, que nos concede a paz: “paz a esta casa”. Nunca podemos esquecer: o Senhor quer que vivamos felizes, alegres e não amargurados e cabisbaixos. Quando alguém está alegre e vai ao encontro do irmão, isso nota-se nele! A sociedade precisa de alegria e nós, como testemunhas do ressuscitado, temos de levar paz e alegria aos nossos irmãos. Devemos ser uma torrente transbordante, pela qual se transmite vida para nós e para os outros. Devemos ser uma torrente que vai crescendo, transmitindo tudo o que vamos recebendo do Senhor, sem sermos tentados pelo egoísmo. Sejamos o carinho de Deus, a mão bondosa de Deus para os outros. Esta é a nossa missão, esta foi a missão dos setenta e dois discípulos: levar a alegria do Evangelho a todos. A frase “Está perto o Reino de Deus”, significa que o nosso Deus chegou e inunda-nos com os seus dons. É a alegria do Evangelho que irá renovar este mundo, cheio de conflitos, onde falta a esperança e a alegria. Sejamos rio, onde corre esperança, confiança e alegria.

Sugestão de Cânticos
Entrada: Ide por todo o mundo, A. Cartageno, NCT 318; Eu vi a cidade santa, F. Santos, NCT 311; Dai a paz, Senhor, M. Faria, NCT 214; Jerusalém louva o teu Senhor (C. Silva) – CT 415; Diz o Senhor: Ide e ensinai (A. Cartageno) – CEC II 219; Aclam. ao Ev.: Reine em vossos corações, adapt. NCT 239; Apresentação dos Dons: A messe é grande (C. Silva) – CT 726; Completo na minha carne (C. Silva) OC 66; Comunhão: Ide por todo o mundo, M. Luís, NCT 355; Saboreai como é bom (A. Cartageno) – CEC II 173; O Espírito do Senhor (M. Luís) – CEC II 22; Final: Aclamai a Deus, aclamai (J. Gomes) – CT 363; Exulta de alegria no Senhor (M. Carneiro) – NCT 740.
Leitura Espiritual

«Proclamai que está próximo o Reino dos Céus» 

Cristo, o grande profeta, que pelo testemunho da vida e a força da palavra proclamou o Reino do Pai, realiza a sua missão profética até à total revelação da glória, não só por meio da hierarquia, que ensina em seu nome e com a sua autoridade, mas também por meio dos leigos; para isso os constituiu testemunhas, e lhes concedeu o sentido da fé e o dom da palavra (cf At 2,17-18; Ap 19,10), a fim de que a força do Evangelho resplandeça na vida quotidiana, familiar e social. Os leigos mostrar-se-ão filhos da promessa se, firmes na fé e na esperança, aproveitarem bem o tempo presente (cf Ef 5,16; Cl 4,5) e com paciência esperarem a glória futura (cf Rm 8,25). Este modo de evangelizar, proclamando a mensagem de Cristo com o testemunho da vida e com a palavra, adquire um certo carácter específico e uma particular eficácia por se realizar nas condições ordinárias da vida no mundo. Nesta obra, desempenha grande papel aquele estado de vida que é santificado por um sacramento próprio: a vida matrimonial e familiar. Aí se encontra um exercício e uma admirável escola de apostolado dos leigos, se a religião penetrar toda a vida e a transformar cada vez mais. Aí encontram os esposos a sua vocação própria, de serem um para o outro e para os filhos as testemunhas da fé e do amor de Cristo. A família cristã proclama em alta voz as virtudes presentes do Reino de Deus e a esperança na vida bem-aventurada. E deste modo, pelo exemplo e pelo testemunho, argui o mundo do pecado e ilumina aqueles que buscam a verdade. Por isso, ainda mesmo quando ocupados com os cuidados temporais, podem e devem os leigos exercer valiosa ação para a evangelização do mundo. (Concílio Vaticano II, Constituição sobre a Igreja, «Lumen gentium», 35)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos www.carloscunha.net
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