ALEGRAI-VOS SEMPRE NO SENHOR. ELE ESTÁ PERTO DE VÓS.
A primeira oração presidencial da missa deste domingo, chamada Oração Coleta, fala-nos de alegria: “Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo esperar fielmente o Natal do Senhor, fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria”. Pedimos a alegria do encontro com Jesus. Mas, olhemos para João Batista. Saltou de alegria no ventre da sua mãe Isabel quando se encontrou com Maria grávida, e também teve a alegria de batizar Jesus no Jordão. Mas, quando Jesus começa a sua missão como Messias, João estava na prisão. Ele tinha anunciado que o Senhor viria para fazer justiça, para condenar os ímpios, e agora ele tinha caído nas mãos deles: prenderam-no e, pouco depois, irão decapitá-lo. E, na prisão, João sente-se confuso e inquieto. Certamente, muitas perguntas lhe vêm à cabeça, cujas respostas não consegue encontrar: Como pode ser que o Messias chegue e as coisas não mudem? Que tipo de messias é este que nem sequer consegue libertar o seu mensageiro? A minha pregação e toda a minha missão foram em vão? No entanto, é compreensível que João envie os seus discípulos a Jesus para lhe perguntar: “És Tu Aquele que há de vir, ou devemos esperar outro”? Na verdade, João tinha dito de si mesmo: “Ele tem que crescer, e eu tenho que diminuir”. Agora que João diminuiu por completo, estando na prisão, precisa de saber que a sua esperança não foi em vão. À pergunta de João, Jesus remete para os factos: “Ide dizer a João: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres”. Ou seja, as suas obras cumprem as promessas dos profetas, como nos diz a primeira leitura. João morrerá, de uma forma trágica, às mãos de Herodes. João morrerá depois de ter recebido a resposta à sua pergunta que enche de luz a escuridão do seu cativeiro e que confirma que a sua esperança se concretizou, que a sua vida não foi em vão. João tem a alegria de sentir que cumpriu a sua missão. Como teria sido diferente para João encarar aquele momento se não soubesse que a sua vida tinha valido a pena! Como a sua vida tinha tido sentido, assim também sua morte. Ele tinha colocado a sua vida ao serviço de uma missão: anunciar a vinda do Messias. E morreu com a satisfação de o ter conseguido. Ninguém lhe poderia tirar esta alegria! E assim, foi o precursor de Jesus com o seu nascimento e também com a sua morte. O testemunho de João confirma as palavras de Tiago, na segunda leitura: “Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor. O Advento convida-nos a refletir sobre o que esperamos na nossa vida e qual é a nossa esperança. Que sentido tem o meu presente, o “aqui e agora” da minha vida? Se o tempo da minha vida não tem um objetivo, esperar pode ser insuportável. Agora, se a nossa vida está cheia de sentido e de objetivos e até vamos conseguindo concretizar alguns, então a alegria de esperar revaloriza o presente. O Advento ensina-nos, como João, a descobrir que Jesus está presente nas circunstâncias da nossa vida, que Jesus dá sentido à nossa vida, porque Ele nos espera no fim da nossa caminhada, no céu. Levemos gravado nos nossos corações a frase que marca a liturgia deste domingo: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Exultai de alegria: o Senhor está perto”. |