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III Domingo do Advento | Ano A | 14 dezembro

ALEGRAI-VOS SEMPRE NO SENHOR. ELE ESTÁ PERTO DE VÓS.

A primeira oração presidencial da missa deste domingo, chamada Oração Coleta, fala-nos de alegria: “Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo esperar fielmente o Natal do Senhor, fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria”. Pedimos a alegria do encontro com Jesus. Mas, olhemos para João Batista. Saltou de alegria no ventre da sua mãe Isabel quando se encontrou com Maria grávida, e também teve a alegria de batizar Jesus no Jordão. Mas, quando Jesus começa a sua missão como Messias, João estava na prisão. Ele tinha anunciado que o Senhor viria para fazer justiça, para condenar os ímpios, e agora ele tinha caído nas mãos deles: prenderam-no e, pouco depois, irão decapitá-lo. E, na prisão, João sente-se confuso e inquieto. Certamente, muitas perguntas lhe vêm à cabeça, cujas respostas não consegue encontrar: Como pode ser que o Messias chegue e as coisas não mudem? Que tipo de messias é este que nem sequer consegue libertar o seu mensageiro? A minha pregação e toda a minha missão foram em vão? No entanto, é compreensível que João envie os seus discípulos a Jesus para lhe perguntar: “És Tu Aquele que há de vir, ou devemos esperar outro”? Na verdade, João tinha dito de si mesmo: “Ele tem que crescer, e eu tenho que diminuir”. Agora que João diminuiu por completo, estando na prisão, precisa de saber que a sua esperança não foi em vão. À pergunta de João, Jesus remete para os factos: “Ide dizer a João: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres”. Ou seja, as suas obras cumprem as promessas dos profetas, como nos diz a primeira leitura. João morrerá, de uma forma trágica, às mãos de Herodes. João morrerá depois de ter recebido a resposta à sua pergunta que enche de luz a escuridão do seu cativeiro e que confirma que a sua esperança se concretizou, que a sua vida não foi em vão. João tem a alegria de sentir que cumpriu a sua missão. Como teria sido diferente para João encarar aquele momento se não soubesse que a sua vida tinha valido a pena! Como a sua vida tinha tido sentido, assim também sua morte. Ele tinha colocado a sua vida ao serviço de uma missão: anunciar a vinda do Messias. E morreu com a satisfação de o ter conseguido. Ninguém lhe poderia tirar esta alegria! E assim, foi o precursor de Jesus com o seu nascimento e também com a sua morte. O testemunho de João confirma as palavras de Tiago, na segunda leitura: “Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor. O Advento convida-nos a refletir sobre o que esperamos na nossa vida e qual é a nossa esperança. Que sentido tem o meu presente, o “aqui e agora” da minha vida? Se o tempo da minha vida não tem um objetivo, esperar pode ser insuportável. Agora, se a nossa vida está cheia de sentido e de objetivos e até vamos conseguindo concretizar alguns, então a alegria de esperar revaloriza o presente. O Advento ensina-nos, como João, a descobrir que Jesus está presente nas circunstâncias da nossa vida, que Jesus dá sentido à nossa vida, porque Ele nos espera no fim da nossa caminhada, no céu. Levemos gravado nos nossos corações a frase que marca a liturgia deste domingo: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Exultai de alegria: o Senhor está perto”.

Sugestão de Cânticos
Entrada: Sobre ti, Jerusalém, M. Luís, NCT 27; Alegrai-vos sempre no Senhor (J. Martins) – CEC I 20; Alegrai-vos no Senhor (F. Fernandes) – CEC I 20; Apresentação dos Dons: O Espírito do Senhor está sobre mim (M. Luís) – NCT 397; Abra-se a terra (M. Luís) – NCT 38; Comunhão: O Senhor nosso Deus virá, F. Santos, NCT 45; Vinde, Senhor, vinde visitar-nos (F. Silva) – IC 111; Excelso Criador (M. Luís) – CEC I 39. Fim: Nós temos em Sião, J. Santos, NCT 39; Exulta de alegria no Senhor (M. Carneiro) – NCT 740; Ave Senhora do Advento (A. Oliveira) – IC 69.
Leitura Espiritual
«Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele» 

Veneremos a compaixão de um Deus que não veio julgar o mundo, mas salvá-lo. João, o percursor do Mestre, que até então desconhecia este mistério, logo que percebeu que Jesus era verdadeiramente o Senhor, clamou àqueles que tinham vindo pedir o batismo: «Raça de víboras» (Mt 3,6), porque me olhais com tanta insistência? Eu não sou o Cristo. Sou um servo e não o Mestre. Sou um simples súbdito, não sou o rei. Sou uma ovelha, não o pastor. Sou um homem, não um Deus. Curei a esterilidade da minha mãe, vindo ao mundo, mas não tornei fecunda a sua virgindade; fui tirado de baixo, não desci das alturas. Emudeci a língua do meu pai (cf. Lc 1,20), não manifestei a graça divina. Sou miserável e pequeno, mas depois de mim virá Aquele que é antes de mim (cf. Jo 1,30). Ele vem depois, no tempo; mas anteriormente estava na luz inacessível e inefável da divindade. «Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu, e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3, 11). Eu estou subordinado; Ele é livre. Eu estou sujeito ao pecado, Ele destrói o pecado. Eu ensino a Lei, Ele traz-nos a luz da graça. Eu prego como escravo, Ele legisla como mestre. Eu tenho por leito o chão, Ele os Céus. Eu dou-vos o batismo do arrependimento, Ele dar-vos-á a graça da adoção. «Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo». Porque me venerais? Eu não sou o Cristo. (Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero, mártir, Sermão sobre a Santa Teofania; PG 10, 852)

Redação: Pe. Jorge Seixas liturgia@diocesedeviseu.pt
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