Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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5º Domingo da Páscoa Ano C

5O MANDAMENTO NOVO, CAMINHO PARA A PÁSCOA DEFINITIVA 

Depois da primeira Páscoa, celebrada pelo povo, que saiu do Egipto, que atravessou o Mar Vermelho e fez a travessia do deserto, no Monte Sinai, Deus deu ao povo de Israel a lei para que vivesse na sua presença e em paz com todos e para, depois, entrar na terra prometida. Era uma lei que consolidava a harmonia entre todos e, ao mesmo tempo, uma relação cultual ao Senhor, que lhes tinha concedido a liberdade. Assim, podemos afirmar que o fruto daquela primeira Páscoa foi a lei que Deus deu a Moisés, seu mediador, no deserto. Era uma lei que abrangia todos os aspetos da vida social, familiar e religiosa, ou seja, tudo para que se pudesse viver em paz. Com a nova Páscoa, a Páscoa de Jesus, também há um fruto, uma lei que não é uma simples repetição da que Deus deu no deserto, mas que se trata do cumprimento, da perfeição e da lei definitiva. O texto evangélico diz-nos: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros”. É a lei do amor que, como afirma São Paulo numa das suas cartas, em forma de hino à caridade: o amor que “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7). Com a nova Páscoa, o povo já não avança, lentamente, pelo deserto, como antigamente, mas a comunidade cristã vai a todos os lugares anunciar a Boa Nova e, assim, edificar a Igreja. A primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, que estamos a proclamar nestes dias da Páscoa, fala-nos da difusão do evangelho em cidades concretas: Listra, Icónio, Antioquia, Pisídia e Panfília, Perga e Atalia. São regiões e localidades onde São Paulo e São Barnabé lançaram a semente da Igreja, que cresceu pela força do Espírito Santo e se manteve pelo mandamento novo do amor, porque já era um povo que “tinha o reino, como meta; a liberdade dos filhos de Deus, como estado de vida; e o mandamento do amor, como lei”. É o Israel definitivo, prelúdio da visão do Apocalipse, de que nos falava São João: “Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo, e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus”. Neste domingo, celebramos um dos dons pascais: o mandamento novo do amor. Um dom para a Igreja e para o mundo. Apesar de, em muitas situações parecer que, como o povo de Israel, andamos por um deserto de fé e de esperança, sabemos que já não é a lei antiga que nos sustenta, mas que, na plenitude dos tempos, pela Ressurreição de Jesus, temos uma nova lei do amor que faz irmão cada homem e cada mulher, porque Deus é nosso Pai. Se a antiga lei contribuía para a estabilidade das relações, do convívio entre as pessoas e do culto a Deus, a nova lei do amor abre caminhos para dar testemunho. É por isso que Jesus afirma, no evangelho: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. A vivência do mandamento novo é a antecipação da revelação do Apocalipse, que escutamos na segunda leitura. É este novo céu e nova terra que São João intuiu na ilha de Patmos. É disfrutar da cidade santa, a nova Jerusalém. É sentir a consolação de Deus, que enxuga as lágrimas, porque nem a morte, nem gemidos, nem dor não existirão jamais. É disfrutar da novidade que o Senhor nos promete: “Vou renovar todas as coisas”. É a vivência do mandamento novo que marca o nosso caminho da Páscoa e de todos os dias da nossa vida.

Sugestão de Cânticos

Entrada: Cantai ao Senhor, F. Silva, NCT 211; Eu vi a cidade santa, F. Santos, NCT 311; Eu vi a nova Jerusalém, F. Santos, Guião do XV Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica; Eu vi a cidade santa (F. Silva) – CEC I 159; Ofertório: Regina coeli, NCT 205; Na sua dor, M. Luís, NCT 173; Vós sereis meus amigos (M. Luís) – CEC I 166; Deus é amor (M. Luís) – NCT 380; Comunhão: É este o meu mandamento, M. Luís, NCT 130; Sempre que comemos o pão, F. Santos, NCT 198; Dou-vos um mandamento novo (J. Martins) – CT 105; Se vos amardes (F. Silva) – CEC I 164; Final: Dai graças ao Senhor (F. Santos) NCT 610; Louvai todos o nome do Senhor (M. Luís) NCT 165.

Leitura Espiritual

«Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros» 

Digo sempre que o amor começa em casa. Primeiro está a família, depois a cidade. É fácil fingir amar as pessoas que estão longe; mas é muito menos fácil amar aqueles que vivem connosco ou que estão muito perto de nós. Desconfio dos grandes projetos impessoais, porque o importante são as pessoas. Para se amar alguém, é preciso estar perto dessa pessoa. Toda a gente precisa de amor. Todos nós precisamos de saber que temos importância para os outros e que temos um valor inestimável aos olhos de Deus. Cristo disse: «Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros». E disse também: «Aquilo que fizerdes ao mais pequeno dos meus irmãos, a Mim o fazeis» (Mt 25,40). É a Ele que amamos em cada pobre, e todos os seres humanos são pobres de alguma coisa. Disse Ele também: «Tive fome e destes-Me de comer, estava nu e vestistes-Me» (Mt 25,35). Recordo sempre às minhas irmãs e aos nossos irmãos que o nosso dia consiste em passar as vinte e quatro horas com Jesus. (Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, «Um caminho simples»)

Autor dos textos Padre Jorge Seixas www.carloscunha.net
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