Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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Celebração do Domingo

2º Domingo da Páscoa Ano B

Neste domingo, apetece-nos abrir as portas das igrejas para experimentarmos um pouco, com os sentidos, o que escutamos no evangelho. O evangelista João mostra-nos a diferença entre a tristeza e a alegria, entre o medo e a coragem. No início, o texto diz que estavam “fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus”. É a presença de Jesus ressuscitado que transforma aquele momento: “A paz esteja convosco”. A paz de Jesus tudo transforma. As portas abrem-se e a luz do sol irradia pela casa, e entra o suave odor da primavera. Não se pode pregar Jesus ressuscitado fechados a “sete chaves”, com cheiro a ranço, a algo velho e passado. Recordemos a frase de São João Paulo II, proferida no início do seu ministério petrino: “Não tenhais medo! Abri de par em par as portas a Cristo”! Há um pormenor nesta narração: “veio Jesus, apresentou-Se no meio deles”. Parece algo de somenos importância, mas não! A presença de Jesus, entre os seus discípulos recorda-nos que Ele é o centro da comunidade. Com a sua presença, chega a paz, o perdão e o Espírito Santo. Sem Jesus entre nós podemos convertermo-nos numa multidão com “edifícios” espalhados em todo o mundo, mas destinada a desaparecer. Recordemos a narração da tempestade acalmada. A barca estava a afundar-se. A presença de Jesus restitui a bonança e a confiança. À euforia dos discípulos, opõe-se o comportamento do apóstolo Tomé. A dimensão comunitária da fé supõe a resposta pessoal de cada um. A comunidade apoia-nos, ajuda-nos a vencer os medos e a darmos conta de que Jesus está “entre nós”; mas é necessária uma adesão prévia. Tomé não estava quando Jesus se tornou presente. Ainda estava confuso, desiludido e dominado pelo medo. Tomé tem de fazer a experiência do encontro com Cristo ressuscitado para, depois, fazer a sua adesão pessoal. Muitos de nós crescemos, acompanhados pela comunidade cristã: na catequese, na preparação para o Crisma, nos grupos de jovens e nos movimentos da Igreja. Recebemos os alicerces da fé na família e, até, na escola. Mas, as crianças e os jovens de hoje já não passam pelo mesmo ciclo vital. Contudo, tanto uns como outros, tivemos de fazer a nossa opção de viver na fé em Jesus Cristo. Certamente, tivemos as nossas dúvidas, medos e incredulidades. Mas hoje estamos presentes na comunidade de fé, que nos ajuda nos momentos de incerteza e de insegurança. Jesus está entre nós e dissipa as dúvidas e os medos. Hoje, ecoa a bem-aventurança de Jesus: “felizes os que acreditam sem terem visto”. Neste domingo, somos convidados a levar a paz, o perdão e o Espírito do Senhor ressuscitado à sociedade de hoje. Desde o primeiro Domingo de Pascoa, em cada domingo, os cristãos reúnem-se com Jesus para rezar, para viver fraternalmente, para partilhar os bens e revigorarem as forças para servirem, no dia-a-dia, os irmãos. A primeira leitura deste domingo recorda-nos o “plano pastoral permanente” da Igreja. Em cada domingo, reunimo-nos à mesa com Jesus. Escutamos a sua Palavra e alimentamo-nos com o seu Corpo e o seu Sangue. Reunimo-nos para dizemos, como Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”, e como o salmo: “Aclamai o Senhor, porque Ele é bom: o seu amor é para sempre”. A melhor “publicidade” à Eucaristia é o nosso testemunho de vida, de alguém que participa no encontro semanal com Jesus ressuscitado. Não basta tocar os sinos, se os nossos corações não são tocados. A missa dominical faz-nos comunidade, faz-nos abrir portas e caminhos de vida. Alegremo-nos, neste domingo, porque nos encontrámos com o Senhor que, novamente, nos liberta do medo e nos restitui a confiança em Deus, nosso Pai. 

Sugestão de Cânticos

Entrada: Nós vimos o Senhor Jesus, F. Santos, NCT 174; Exultai de alegria (F. Silva) – IC 294; Este é o dia que o Senhor nos fez (M. Luís) – NCT 539; Ofertório: Glória a Vós, ó Cristo, M. Luís, NCT 192; Victimae paschali laudes, NCT 202; A paz esteja convosco (M. Luís) – CAC 248; Glória! Aleluia! (A. Mendes) – CEC I 144; Comunhão: Sempre que comemos o pão, F. Santos, NCT 198; Reconhecei neste pão, M. Luís, NCT 197; Senhor, eu creio que sois Cristo (F. Silva) – CEC II 42; Porque me vês acreditas (A. Oliveira) – IC 310; Fim: Ressuscitou, aleluia, A. Cartageno, NCT 200; Aleluia! Louvor a Vós, ó Cristo, M. Luís, NCT 168; Cantarei eternamente (M. Luís) – CT 380; Hinos de Glória (F. Haendel) – CT 410.

Leitura Espiritual

«Recebei o Espírito Santo» 

Omnipotente, Benfeitor, Amigo dos homens, Deus de todos, Criador dos seres visíveis e invisíveis, Tu que salvas e fortaleces, Tu que curas e pacificas, Espírito poderoso do Pai, Tu participas do mesmo trono e da mesma glória, e da ação criadora do Pai. Por teu intermédio, foi-nos revelada a trindade das Pessoas, na unidade de natureza da Divindade; e Tu és uma destas Pessoas, Tu, o Incompreensível. Moisés proclamou-Te Espírito de Deus (cf Gn 1,2): a Ti, que pairavas sobre as águas, com proteção envolvente, temível e cheia de solicitude; Tu abriste as asas como sinal de auxílio compadecido aos recém-nascidos, revelando-nos assim o mistério da fonte batismal. Tu criaste, ó Omnipotente, enquanto Senhor, a natureza de tudo quanto existe, todos os seres a partir do nada. Por Ti se renovam pela ressurreição todos os seres por Ti criados, nesse momento que é o último dia da vida nesta Terra e o primeiro dia da vida na Terra dos Vivos. Aquele que tem a mesma natureza que Tu, Aquele que é consubstancial ao Pai, o Filho Unigénito, obedeceu-Te, na nossa natureza, como a seu Pai, unindo a sua vontade à tua. Ele Te anunciou como Deus verdadeiro, igual e consubstancial a seu Pai omnipotente e calou os que Te resistiam, esses que combatiam Deus (cf Mt 12,28), perdoando embora àqueles que se Lhe opunham. Ele é o Justo e o Imaculado, o Salvador de todos, que foi entregue por causa dos nossos pecados, e que ressuscitou para nossa justificação (cf Rom 4,25). A Ele, a glória por Ti, e a Ti o louvor pelo Pai omnipotente, pelos séculos dos séculos, Ámen. (São Gregório de Narek, c. 944-c. 1010, monge, poeta arménio, Livro das orações, nº 33)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos liturgia@diocesedeviseu.pt
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